EDITORIAL
A idéia do Projeto Poesia Pau Brasil nasceu graças ao espírito libertário da poesia de Oswald de Andrade.
Desde a Semana de Arte Moderna de 1922, a poesia brasileira libertou-se das formas estéticas colonialistas e a partir daí não deve nada a ninguém, razão por que pode chutar chapinhas à vontade, seja nos salões, nos calçadões das avenidas de arquiteturas mil ou nos guetos dos oprimidos.
Desde os nossos patriotas indianistas, do verso e da prosa, incluindo nossas artes plásticas nacionalistas, nossa música popular brasileira, as artes brasileiras se explodiram em vanguardas nas décadas de 60 e 70, combatendo a opressão de modo frontal, lutando pelos direitos civis, contra o imperialismo e a exploração capitalista. Movimentos estéticos dos mais variados sentidos ganharam força não somente na juventude, mas englobando a intelectualidade e os movimentos sociais.
Não vamos aqui nos reportarmos à Europa e EUA para nos ater às suas expressões nacionais. Mas desde os movimentos de alfabetização capitaneados pelo Educador Paulo Freire, incluindo as lutas pela Reforma Agrária das Ligas Camponesas e as Reformas de Base do período João Goulart, nosso país experimentou um despertar estético e político que gerou o enfrentamento com o Golpe Militar de 1964 e sua política de submissão à ingerência estrangeira, graças à Tropicália, ao Poema Concreto, Poema Processo, CPC/UNE, ao Teatro do Oprimido de Augusto Boal e às CEBs – Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica.
Justamente devido a esse arrazoado de lutas sociais, estéticas e culturais, nosso povo conhece hoje um conteúdo cultural livre do colonialismo internacional. Se o pratica ou não são outros 500...
É por entender assim a necessidade de afirmação desses valores que
empreendemos este Projeto; e já vamos para o 7º ano de trabalho editando um
livro por ano. Vida longa à POESIA PAU BRASIL!
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